30 ago 2023

Fluido para freio: DOT 3, DOT 4, DOT 5 e suas variações

Mecânico adicionando Fluido para freio DOT 3 DOT 4 DOT 5 no carro
Mecânico adicionando Fluido para freio DOT 3 DOT 4 DOT 5 no carro

Frear um carro não é algo simples, por mais que, quando estamos ao volante, basta pisar em um pedal. Quando esse simples ato acontece, uma série de ações mecânicas trabalha em conjunto para que você consiga reduzir a velocidade ou mesmo zerar o velocímetro, e dentre todos esses itens necessários para uma frenagem perfeita, está o fluido para freio. No entanto, ainda que muita gente saiba que ele exista, pouca gente sabe para que ele serve, muito menos que existem alguns tipos diferentes de fluidos no mercado, como DOT 3, DOT 4, DOT 5 e suas variações. Cada veículo exige uma versão diferente, e é muito importante fazer a troca correta.

Mas por que o fluido para freio é tão importante?

O fluido para freios transmite a força da sua pisada no pedal de freio para as rodas, permitindo que o veículo desacelere ou pare com segurança. Como o sistema de freio funciona de forma hidráulica (hidro é água em grego), é preciso um fluido para que ele desempenhe seu papel. Quando você pisa no pedal de freio, a pressão é aplicada ao fluido para freio DOT 3, DOT 4, DOT5 ou suas variações, que se comportam como mensageiros, transmitindo essa pressão através das tubulações do sistema de freios.

Essa pressão ativa e pressiona as pastilhas ou sapatas de freio contra os discos ou tambores de freio, gerando atrito suficiente para reduzir a velocidade das rodas. Assim, o veículo desacelera ou para com segurança, permitindo ao motorista ter controle sobre o movimento do automóvel.

Vale lembrar que o fluido para freios também lubrifica e resfria os componentes do sistema de freios, garantindo seu bom funcionamento e prolongando sua vida útil.

Quando falamos em fluido para freios, temos 5 tipos diferentes. São eles:

1. Fluido para freio DOT 3:

O fluido para freios DOT 3 é um dos tipos mais comuns e amplamente utilizados em diversos veículos. Ele é um fluido à base de glicol e possui um ponto de ebulição relativamente baixo. Por esse motivo, requer trocas geralmente a cada dois anos, para evitar a formação de bolhas de vapor que possam comprometer a eficiência da frenagem.

Características:

Ponto de ebulição entre 205 °C e 260 °C.

Fluido com propriedades higroscópicas, ou seja, que absorve a umidade do ar ao longo do tempo.

Aplicações do DOT 3:

Veículos de passeio convencionais.

Carros mais antigos e de fabricação nacional.

Sistemas de freios que não demandam altas temperaturas de funcionamento.

2. Fluido para freio DOT 4:

O fluido para freios DOT 4 é semelhante ao DOT 3 em composição, mas possui um ponto de ebulição mais alto, o que lhe confere maior resistência à formação de bolhas de vapor em sistemas de freios mais exigentes.

Características:

Ponto de ebulição entre 230 °C e 270 °C.

Também é higroscópico, embora menos do que o DOT 3.

Aplicações do DOT 4:

Veículos de passeio, incluindo modelos mais recentes e importados.

Automóveis com sistemas de freios que demandam maior desempenho.

3. Fluido para freio DOT 4 LV:

O fluido DOT 4 LV (Low Viscosity) é uma opção avançada e eficiente para sistemas de freios em veículos modernos. Esse fluido para freios possui uma viscosidade mais baixa em comparação com a do DOT 3, o que proporciona benefícios adicionais em termos de desempenho e resistência ao calor.

Características:

Ponto de ebulição mais elevado, geralmente acima de 260 °C.
Intervalos de troca mais longos.

Aplicações do DOT 4 LV:

Veículos modernos, especialmente aqueles equipados com sistemas avançados de freios.

4. Fluido para freios DOT 5:

O fluido para freios DOT 5 difere do DOT 3 e do DOT 4 por ser à base de silicone, o que lhe confere características distintas. O silicone pode ser usado em países de baixíssimas temperaturas, evitando o congelamento do mesmo. É menos higroscópico, o que significa que não absorve água do ar, mas ainda assim pede atenção especial em sua aplicação e troca.

Características:

Ponto de ebulição acima de 260 °C.

Não é higroscópico.

Aplicações do DOT 5:

Veículos clássicos e de coleção.

Motos e motocicletas.

Sistemas de freios nos quais o fabricante especifica o uso de fluido DOT 5.

5. Fluido para freios DOT 5.1:

O fluido para freios DOT 5.1 é com composição semelhante à dos fluidos DOT 3 e DOT 4, mas com um ponto de ebulição mais alto, que resulta em maior resistência a altas temperaturas.

Características:

Ponto de ebulição acima de 260 °C.

Higroscópico, porém em menor grau que o DOT 3 e o DOT 4.

Aplicações do DOT 5.1:

Veículos de alto desempenho.

Sistemas de freios que operam em altas temperaturas.

6. Fluido para freio mineral (LHM):

O fluido para freios mineral, também conhecido como LHM (Liquide Hydraulique Minéral), é um tipo diferente de fluido para freios, amplamente utilizado em sistemas hidráulicos de algumas marcas de veículos, principalmente de fabricantes europeus.

Características:

Não é higroscópico.

Propriedades específicas para sistemas hidráulicos específicos.

Aplicações fluido para freio mineral:

Veículos Citroën e alguns modelos de outras marcas que especificam o uso do LHM.

A importância da troca adequada do fluido para freios

A escolha do fluido para freios adequado é crucial para o bom funcionamento do sistema de frenagem e para a segurança do veículo e dos ocupantes. Cada tipo de fluido possui características específicas, adequadas a diferentes aplicações e demandas. A troca periódica e correta do fluido para freios é essencial para garantir a eficiência do sistema e evitar retrabalho, além de prolongar a vida útil dos componentes do sistema de freios.

Ao realizar a manutenção do veículo, é fundamental seguir as recomendações do fabricante quanto ao tipo de fluido para freios a ser utilizado. Além disso, contar com uma oficina mecânica de confiança e profissionais qualificados é essencial para assegurar que a troca do fluido para freios seja feita corretamente, garantindo a segurança e o bom desempenho do veículo em todas as situações de frenagem. Esquecer de trocar, optar por um produto de procedência duvidosa ou não esgotar totalmente o fluido antigo, entre outros erros, pode resultar em problemas graves, como perda de eficiência na frenagem, falhas no sistema de freios e até mesmo acidentes.

A troca periódica do fluido para freios também é fundamental para evitar a formação de água em seu interior, o que pode levar à corrosão de componentes do sistema de freios e à perda de eficiência na frenagem. Além disso, fluidos contaminados ou incompatíveis podem danificar selos e outras partes do sistema, resultando em vazamentos e problemas de funcionamento.

Conclusão

Em resumo, conhecer as diferenças entre os fluidos para freios disponíveis no mercado e fazer a troca adequada, de acordo com as especificações do fabricante do veículo, é uma medida preventiva que garante a segurança e o desempenho do sistema de frenagem. A manutenção adequada do fluido para freios é um investimento na segurança e tranquilidade do condutor e dos passageiros, além de contribuir para a durabilidade e a eficiência dos componentes do sistema de freios do veículo. Por isso, sempre que necessário, consulte um profissional qualificado para realizar a troca do fluido para freios, garantindo que o tipo correto seja utilizado em seu veículo e que o procedimento seja feito de forma adequada, mantendo assim a eficiência e a confiabilidade dos freios.

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